Quem são as premiadas pelo Consulado da Mulher em 2016?

Quem são as premiadas pelo Consulado da Mulher em 2016?

Desde 2013 o Consulado da Mulher organiza um prêmio nacional que tem como objetivo identificar e colaborar com o desenvolvimento de empreendimentos Brasil afora. A ideia é alcançar grupos de mulheres que estão distante de nossas unidades, em São Paulo, Rio Claro, Joinville e Manaus, e por isso não conseguem participar dos programas de assessoria direta.

Com a ajuda de muitos parceiros chegamos à dezenas de cidades e Estados, passando por caminhos que ainda não conhecem o asfalto, mas sempre nos levam até pessoas cheias de potencial e, claro, necessidades.

Neste ano, batemos o recorde de projetos inscritos! Avaliamos 128 iniciativas, visitamos 16 empreendimentos pré-selecionados e por fim elegemos os 10 projetos que irão receber a assessoria remota do Consulado da Mulher pelos próximo dois anos.

Conheça agora as vencedoras do Prêmio Consulado da Mulher de Empreendedorismo Feminino 2016:

 Agripesca

Agripesca

Há seis anos um grupo de esposas e mães de pescadores perceberam um problema: os maridos e filhos pescavam a Traíra, mas ninguém queria comprar o peixe, pois era muito difícil tirar as espinhas. Fátima, esposa do presidente da cooperativa de pescadores de Camalaú (PB), teve então a ideia de desfiar o pescado e vende-lo já sem espinhas. Era um desafio e tanto, mas logo essas mulheres apreenderam a limpar o peixe com rapidez, fundando assim o grupo Agripesca.  Com o prêmio, as empreendedoras pretendem construir a sua sede, adquirir um selo de qualidade para o produto e, claro, ampliar ainda mais as vendas.

AMAR

Associação das Mulheres Agriculturas Rurais (AMAR)

Em 2013 Cleociana e seu marido perceberam que era necessário produzir outro produto com as frutas do assentamento Turuma-Mirim, em Manaus (AM), pois sem acesso à energia elétrica eles não conseguiam armazená-las e as frutas acabavam estragando. Um ano depois, o casal chamou outras agricultoras para participar do projeto e juntos fundaram a AMAR.  Hoje, a associação reúne 8 empreendedoras que produzem geléias e doces orgânicos, além do condimento de urucum e pimenta do reino. Com o prêmio elas pretendem ampliar e adequar sua sede às normas de higiene e adquirir equipamentos para melhorar a qualidade dos seus produtos, além de envolver mais agricultoras no processo.

Ecolanches

Espaço Solidário Ecolanches

O Espaço Solidário Ecolanches começou graças à iniciativa da Incubadora de Projetos Solidários da Universidade Federal da Paraíba. Eles encontraram na comunidade de São Rafael (PB) quatro mulheres dispostas a empreender e abrir uma lanchonete para vender lanches saudáveis aos alunos e professores da Universidade. No início, os lucros eram bem pequenos, cerca de R$10,00 por mês, mas após um ano de trabalho conjunto a lanchonete passou a ser administrada por 8 mulheres, que chegam a tirar em torno de R$750,00 cada.  Ao receber o prêmio elas pretendem equipar o espaço interno e também instalar melhorias na área externa, como toldo, pintura e um letreiro para identificar o espaço.

Salgado Filho

Grupo de Mulheres da Cozinha Camponesa de Salgado Filho

Salgado Filho é um município com pouco mais de 4 mil habitantes no sudoeste do Paraná que, desde 2006, conta com o trabalho do Grupo de Mulheres da Cozinha Camponesa. Em busca de novas formas de gerar renda e também divulgar a culinária camponesa o grupo passou a produzir pães, massas e doces para vender. Hoje as cucas, bolos e geléias feitos por essas empreendedoras abastecem escolas, moradores da comunidade e frequentadores de feiras típicas, como a do queijo e vinho, bastante tradicional na região. Com o prêmio elas pretendem montar uma cozinha que esteja de acordo com as normas da vigilância sanitária e investir na formação das participantes.

Mães da terra

Grupo de Mulheres Mães da Terra

Tudo começou com a chegada de Alessandra, que saiu de São Paulo (SP) e foi  morar  em uma comunidade do assentamento Silvio Rodrigues (GO). Foi ela quem sugeriu às mulheres da região que valorizassem mais sua produção e pensassem em comercializar os pães, bolos e salgados que faziam por ali. Um grupo de 10 empreendedoras seguiu o conselho e logo conseguiu um espaço na feira de Alto Paraíso de Goiás. Em contato com os clientes elas então descobriram uma grande demanda por alimentos vegetarianos, veganos e sem glúten e optaram por focar neste mercado. Com o prêmio o plano é adquirir equipamentos para aumentar a qualidade de seus produtos e fortalecer o negócio.

Caiçara de BaixoJPG

Grupo Produtivo de Mulheres Negras de Caiçara de Baixo

A estrada Caiçara de Baixo dá nome ao empreendimento que fica em Cruz, município da Zona Rural do Ceará. Foi lá que um grupo de mães agricultoras se organizou para valorizar os alimentos da terra e conquistar maior autonomia socioeconômica. Desde 2012 elas trabalham coletivamente, e com ingredientes orgânicos, na produção de bolos e doces que são vendidos principalmente para escolas públicas da região. Com o prêmio, as empreendedoras do grupo pretendem desenvolver suas habilidades de gestão, investir em um curso de capacitação culinária, além de equipar a cozinha comunitária.

Manguetown 

Manguetown: Restaurante Escola

Brasilia Teimosa, no Recife (PE), é uma comunidade bastante carente, mas com localização privilegiada à beira mar. É lá que fica, desde 2012, a Escola do Mangue, associação criada com o objetivo de valorizar a cultura do mangue. Entre as suas atividades a escola promove feiras sazonais na qual um grupo de mulheres produzem e vendem pratos típicos da culinária estuariana, como: caldeirada, moqueca seca, arroz de polvo e pirão de caranguejo. Para o prêmio, porém, este mesmo grupo tem planos ambiciosos e se organiza para montar uma cozinha experimental e um restaurante, que receberá o nome de Manguetown.

 Foto Afrovale

Padaria Artesanal Afrovale

O Quilombo de Peropava fica no município de Registro (SP) e foi reconhecido oficialmente como comunidade quilombola em 2012. Dois anos depois, após um curso de panificação, veio a ideia de criar a Padaria Afrovale, como uma fonte alternativa de renda que permitisse que as empreendedoras continuassem vivendo no campo. Hoje o empreendimento é administrado por seis mulheres, além dos maridos de duas delas, e comercializa pães caseiros feitos com a biomassa de banana – além de banana e mandioca chips, biscoitos, entre outros muitos produtos. Ao receber o prêmio o grupo pretende equipar sua cozinha, reformar o espaço de venda dos seus produtos e receber o treinamento de gestão necessário para que a padaria cresça cada vez mais.

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Pimenta das Índias Waurá  

Em busca de uma nova fonte de renda as índias da Tribo Waurá, etnia que vive na aldeia Piyulaga, no Parque indígena do Xingu, passaram a comercializar pimentas, todas orgânicas, secas e em pó. A pimenta é o principal tempero da alimentação dos povos xinguanos, mas quando o projeto começou as sementes estavam quase extintas e foi preciso reunir toda a aldeia para encontrar novas mudas e cultivá-las de forma adequada. Hoje o grupo já produz o suficiente para consumo próprio e também para comercialização, embora o processo ainda seja todo manual. Com o prêmio a aldeia planeja aumentar as vendas e melhorar a condição de produção da pimenta, que ao ser amassada, por exemplo, costuma machucar as mãos das mulheres.

Sumimi

 Restaurante Sumimi

Em 2013, na margem direita do Rio Negro, um grupo de mulheres da comunidade indígena Três Unidos percebeu que a criação de um restaurante na região, já famosa entre os turistas, poderia ser uma boa forma de complementar a renda. Hoje, mais do que o lucro, o empreendimento valoriza a culinária local e inspira as jovens da comunidade, reafirmando a auto-estima da sua cultura indígena. Ao receber o prêmio as empreendedoras planejam investir na estrutura do restaurante, construir um redário para os clientes descansarem após a refeição e adquirir um grupo de geradores exclusivo para o restaurante – já que o fornecimento de energia na região é bastante precário.

Além da assessoria de dois anos, os vencedores do Prêmio Consulado da Mulher de Empreendedorismo Feminino 2016 receberão  R$10 mil para investir no seu negócio e os eletrodomésticos necessários para colocar a produção a todo vapor.

Nos orgulhamos em estar próximos das pessoas e das comunidades. Parabenizamos a todos os projetos inscritos, e em especial os projetos vencedores.  

Contem conosco para a continuidade de sua  trajetória!