“Meu trabalho representa carinho, um carinho muito grande. Para mim é um propósito alcançado que me trouxe bastante felicidade”
Já pensou em misturar uma pitada de nostalgia, comida gostosa e tempo livre de qualidade? É isso que Juliana pensou quando teve a ideia de criar o “Vai ter Pic Nic”, empreendimento localizado no coração de Joinville que já é um sucesso, principalmente entre a criançada.
Com a pandemia, muitas famílias se viram em casa com as crianças e tiveram que se adaptar a uma rotina mais reservada de brincadeiras e tarefas. Para o empreendimento de Juliana, que antes era focado em festas, também não foi nada fácil. “Com a pandemia precisei me renovar, porque as festas não tinham mais e eu vi meu rendimento despencando”, conta ela. Foi aí que surgiu uma vertente da festa na caixa, que virou festa na cesta e por fim, a genial ideia de criar um negócio focado em piquenique.
Algo que mostrou à Juliana o caminho que deveria trilhar foi a vontade de promover um resgate da memória em família. E para isso, as cestas são feitas com muito amor, cuidado e carinho. Além de vir tudo dentro de uma cesta digna de desenho animado e filmes, a famosa toalha xadrez para forrar o chão, os produtos são todos artesanais. Afinal, ter um bolinho com gosto de casa de vó, não tem igual e mercado nenhum vende.
Algumas das delícias da cesta de piquenique são feitas pela Juliana, como os sanduíches, tortas salgadas, quiches e bolos; outros vem de pequenos fornecedores locais e artesanais. A empreendedora conta que priorizou os fornecedores que tinham fabricação própria em Joinville e em sua maioria, mulheres. Mais do que ter tudo delicioso e fresquinho, ela também apoia outras pessoas no período mais difícil de pandemia. “Além de favorecer as pessoas em seu negócio, eu também pensei em oferecer um produto diferenciado, eu não queria montar uma cesta com produtos industrializados, porque isso a pessoa tem acesso nos mercados”, explica ela.
Diga-se de passagem, a ideia deu o que falar! As pessoas amaram. Juliana conta que os clientes adoram fazer as reuniões em torno das comidas e relembrar a infância. O melhor de tudo é que muitos deles tiveram a oportunidade de fazer o primeiro piquenique com os filhos através dos produtos do ‘Vai ter Pic Nic’. “Eu vejo que esse relato de você poder resgatar uma memória sua e poder passar para o seu filho é o que mais eles elogiam”, recorda-se Juliana. “A questão do artesanal é um diferencial, tudo isso remete muito a memórias afetivas”, completa ela.
Sem falar que é uma ótima ideia para aproveitar as férias da criançada, tirar um pouco os pequenos de frente das telas e proporcionar um tempo de qualidade em família. A proposta é fazer algo diferente com os filhos, seja ao ar livre em um parque ou até mesmo dentro de casa. “Abre espaço na sala, arrasta sofá, estende a toalha no chão e se diverte ali mesmo”, sugere Juliana.
A diversão é garantida! Não tem erro, pode tentar que vai ser uma delícia. E quem dá o selo de qualidade é o pequeno Murilo, de três anos, filho da Juliana. Ele já reconhece e ama o trabalho da mãe. “Certo dia meu marido saiu com o meu filho e por um acaso, eles encontraram a minha cliente fazendo piquenique. O meu filho saiu correndo gritando: a cesta da mamãe. Simplesmente invadiu o piquenique dela”, recorda ela. Uma invasão muito fofa, vamos combinar!
Além de divertido e delicioso, um piquenique é capaz de criar memórias felizes para uma vida inteira. A Juliana já está criando as do Murilo. “Vire e mexe, o meu café da manhã de domingo é estender a toalha no chão e fazer um piquenique com ele. Ele adora”, conta a empreendedora. Bateu a vontade de fazer um piquenique por aí também?
Relação com o Consulado
Foi em um café destinado para as empreendedoras que Juliana ouviu falar do Consulado da Mulher pela primeira vez, quando ainda nem pensava em se aventurar no ramo da alimentação. Algum tempo depois, quando já tinha experiência com o empreendedorismo, uma amiga a indicou para passar pelo programa de educação empreendedora.
Aulas vêm, aulas vão, e Juliana se deparou com alguns desafios com o que aprendeu. “Minha maior dificuldade, que eu acredito que é de muita gente, é separar a questão financeira: casa x empreendimento”, conta ela. Apesar da prática ser bem desafiadora, ela enfrentou e todo dia busca a disciplina para exercer essa atividade e manter o negócio um sucesso.
Contrariando os números e estatísticas, a empreendedora conta que percorreu o caminho inverso. “Muitas mulheres têm filhos, são demitidas e começam a empreender por dificuldade. Eu fiz o caminho contrário, eu trabalhava em uma empresa, sou farmacêutica formada, pedi demissão para empreender. Conciliar a vida de mãe e o trabalho foi bem desafiador, principalmente na pandemia, Juliana conta que não conseguia separar as duas coisas e que teve que tentar fazer dar certo, tudo ao mesmo tempo. Hoje com o pequeno Murilo na escola e as vendas indo bem, ela já consegue se organizar melhor, tem o tempo de produção, o tempo de ficar com o filho e claro, o tempo de fazer o que a família mais gosta: um bom piquenique!
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