Consulado da Mulher e Fundação Amazonas Sustentável apoiam a recuperação de comunidades atingidas pela cheia na Amazônia

Consulado da Mulher e Fundação Amazonas Sustentável apoiam a recuperação de comunidades atingidas pela cheia na Amazônia

Após ficarem desabrigadas, famílias ribeirinhas encontram apoio para se reerguer

Como você reagiria se as águas invadissem sua casa e levassem seus pertences, sua produção e tudo o que você conquistou ao longo de uma vida inteira de trabalho?

Foto de Bruno KellyFAS - cheias - rio madeira - 2015

Em 2014, de janeiro a setembro, a maior cheia da história atingiu o Rio Madeira, que banha os estados do Amazonas e Rondônia.

As águas deste rio alcançaram 19,74 metros de altura, deixando milhares de famílias desabrigadas ou desalojadas, principalmente nas áreas ribeirinhas e em comunidades mais isoladas. Os custos para a recuperação dos locais afetados pela cheia foram estimados em R$ 4,2 bilhões e o tempo necessário foi calculado em 10 anos, segundo o governo local.

A Reserva de Desenvolvimento Sustentável (RDS) do Madeira, localizada entre os municípios de Manicoré e Novo Aripuanã (225 km de Manaus), foi uma das mais afetadas. De acordo com a Fundação Amazonas Sustentável (FAS), ONG que atua na região, 90% de seu território foi atingido, deixando 3,5 mil pessoas desabrigadas e com um prejuízo de 6 milhões de reais ocasionado pela perda da produção de cacau e banana, comprometendo a subsistência e a economia de 700 famílias. A maioria destas pessoas ficou abrigada em escolas no município e em casas de familiares. Existiram casos inclusive em que famílias passaram a morar em embarcações.

Fotos de Bruno KellyFAS - cheia rio madeira - 2 - 2015

Por meio de um projeto em parceria, o Consulado da Mulher e a FAS apoiaram a recuperação e adaptação das comunidades atingidas pela cheia. Foram organizadas missões para diagnosticar a situação e implantar estratégias e ações para lidar com o problema. Identificou-se que algumas comunidades  têm experiência com a produção de açaí e que o beneficiamento deste produto pode ser a chave para o sustento de muitas famílias.

Seriam necessários equipamentos, capacitação e assistência técnica ao produtor para iniciar e aumentar a produção. E neste momento, o Consulado da Mulher, que já atuou em conjunto com a FAS para beneficiar outras Unidades de Conservação (UCs) no Amazonas (conheça mais clicando aqui) assumiu a responsabilidade de transformar vontades em verdades e fechou nova parceria para beneficiar estas comunidades.

O Consulado da Mulher doou freezers Consul, para serem usados na conservação e armazenamento do açaí, e sua equipe técnica irá contribuir na assessoria para o desenvolvimento do empreendimento, com um intuito de gerar renda e garantir qualidade de vida para as famílias ribeirinhas.

Fotos da FASFAS - cheia rio madeira - 3 - 2015

Para realizar o beneficiamento da fruta, serão formados três grupos de produção, que contemplarão diretamente 164 famílias de duas reservas (Madeira e Amapá). Durante o processo de assessoria e acompanhamento técnico serão diagnosticados os principais conhecimentos e necessidades empreendedoras que as produtoras precisam para alavancar o negócio.

“O apoio do Consulado da Mulher veio atender uma necessidade dos comunitários do Madeira para gerar alternativas aos impactos das cheias extremas nas cadeias de valor tradicionais”, afirmou o superintendente técnico científico da FAS, Eduardo Taveira.

“A inserção da cultura do açaí no Madeira permite um melhor aproveitamento dos recursos presentes nessas localidades. Como resultado, temos uma diversificação na composição de renda das famílias e principalmente na ampliação da participação feminina nos processos de beneficiamento do fruto. Nesse sentido a utilização dos freezers Consul permite um melhor armazenamento do açaí e agregação do valor com a venda da polpa congelada”, destacou o superintendente.

Fotos da FASFAS - cheia rio madeira - 4 - 2015

Para a Diretora Executiva do Consulado da Mulher, Leda Böger, a parceria entre FAS e Consulado oferece novas oportunidades para os ribeirinhos, promovendo a recuperação da renda e a melhoria de qualidade de vida.

“O Consulado da Mulher aposta na vontade das pessoas que, quando estão bem acompanhadas não tem limites para fazer mais. Atuando junto com a FAS nestas comunidades, podemos valorizar os recursos naturais da região, fortalecer a cadeia produtiva do açaí e alavancar o acesso aos mercados de comercialização. Esta é uma forma de e contribuir com a recuperação da região, oferecendo a estas famílias novas oportunidades de geração de renda e qualidade de vida”, enfatizou.

Dados sobre as cheias: G1